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Por trás de tanta dor há muito amor!

Essa é uma frase que carrego comigo há muitos anos quando falo de luto maternal, dessa perda que não há nome capaz de nomeá-la.

Um dia eu escutei de uma pessoa que já acompanhava terapeuticamente há muitos meses “Nossa história lembra muito mais amor do que dor”. 

E esse é um olhar possível e necessário para esse processo de luto!

Difícil imaginar essa dolorida caminhada da perda de um filho sem um suporte para se ancorar, para ser a base e sustento. Sem um pilar que de estrutura para suportar a dor e conseguir ampliar seu olhar os outros ângulos e não somente para enxergar a dor. 

Quando essa mae diz “nossa história lembra muito mais amor do que a dor”, ela não está negando as dificuldades, as dores que dilacera seu coração. Mas está conseguindo olhar para um todo, para além da dor. 

E a espiritualidade, o crer que algo maior está por trás de tudo nos da este sustento, esse colo necessário para o momento. 

Lidar com a morte em nossa cultura não é algo simples. O luto é um processo lento e doloroso, vivido de forma solitária e muitas vezes silenciosa. A morte passou a ser vista como uma ruptura inoportuna que gera uma dor intolerável. 

A morte de um filho, que não não segue a ordem cronológica da vida, é descrita como algo dilacerante e difícil de encontrar um equilíbrio novamente. Por isso é necessário um amparo divino, um suporte para alguém das capacidades e sabedorias humanas. Precisamos nesse momento recordar de todo aprendizado que o Senhor nos deixou, de todo o sentido e significado da encarnação e reencarnação. 

Perder um filho impõe a família, a mãe, ao pai, um grande desafio que é descobrir uma nova forma de vivenciar a vida, de encarar o mundo e o dia a dia. É um recomeçar com um grande vazio. 

É importante dizer que o processo de luto não tem prazo para acontecer, cada um vivencia de uma forma única e singular, no seu próprio tempo. 

Não há fim no processo de luto e sim uma elaboração do luto. Elaborar é dar sentido e significado para tudo que aconteceu e o espiritismo auxilia em todo esse processo

Precisamos ainda dizer que o luto não deve ser evitado, as memorias não devem ser apagadas ou evitadas de serem lembradas e compartilhadas. 

A pessoa que se foi ainda deve viver dentro dos corações das pessoas com as quais conviveram. Boas energias devem ser enviadas e sentidas sempre que lembrarem delas. 

Essas energias chegam até esse filho que se foi!

O luto é um processo de readaptação do processo de realidade sem a pessoa que faleceu, por isso é natural que leve um tempo. 

É uma experiência que deve ser vivida e não um obstáculo que deve ser superado!!!

Como psicóloga percebo que o luto para as mães muitas vezes vem acompanhado de um sentimento de “fracasso social”. Como se tivesse falhado na função materna de proteger e garantir a sobrevivência do filho. 

Mas não é por ai…

Não está em nossas mãos esse controle. Não sabemos ao certo o momento exato em que cada um encarra sua missão nessa vida. 

Embora nosso encontro seja para falar da mãe que perdeu seu filho não podemos deixar de estender o olhar ao pai e a toda a família que também passa pelo processo de dor. 

Todos precisam se apoiar em algo que ajude a sustentar a fé. Não podemos deixar de enxergar que é apenas uma passagem… uma mudança de estado. 

Ter esse conhecimento espiritual não tira a dor em a saudade e nem a vontade de ter a pessoa de volta aqui ao lado. Mas tranquiliza o coração em entender que em um futuro breve haverá um reencontro. 

Assim, não há como pedir para não ter dor e nem choro, mas há o conforto de entender que um ciclo se encerra, mas contudo outro se inicia. 

“o filho existiu e existira para sempre no amor que viveu com a família”

“o que a tornou Mae é o amor pelo filho e ele persistira ao longo da vida. Vcs ainda são a família que formaram!”

Por Laura Drummond
Psicologa e Co-fundadora do Instituto Afeto.

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